ELISABETH DA SILVEIRA RAMOS
( Brasil – Minas Gerais )
Poetisa participa de inúmeras publicações e coletâneas, em livros, jornais se revistas.
Agraciada com vários títulos e medalhas.
Verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira Contemporânea e da Antologia de Verbetes, etc.
Reside em Belo Horizonte, MG.
ANTOLOGIA DEL ´SECCHI, 2008. Organização Roberto de Castro Del´Secchi. Rio de Janeiro: Del´Secchi, 2008. 404 p. 14 x 21 cm ISBN 85-86494-14-3
No. 10 253
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
A LUZ DAS VELAS
A luz da lua imiscuía-se entre as folhas, as flores
No meio dos troncos, nos entremeios dos sobrados
Projetando sombras nas pedras, nas paredes, nos rostos.
Um lençol de velas languidamente bruxuleava sobre a praça
Sob o som majestoso dos sinos, da banda de música.
Pisadas ritmadas, controladas, respeitosas
Acompanhavam as imagens Santas iluminadas pela luz difusa
Que deslizavam — a bem dizer — sobre as cabeças, sobre a rua
Sobre o povo. E ele as aclamava, venerava-as.
Eu, como todos, empolgado, era também parte da cena
E integrava-me nela, alma e corpo, envolvia-me
Naquela magia, naquela beleza, meu coração sentia.
Então, eu a vi. Singela, doce, linda, véu sobre os cabelos
Sua veste amarela brilhava, assemelhava um facho de luz
Seria mesmo aquela menina que antes eu nem notara
A filha obscura do morador do sobradão da esquina?
— Como cresceu e como está bela naquela veste amarela!—
Seria realidade ou então apenas empolgação
Motivada pelo cenário, a mexer com meu coração?
Mas ele cismava em bater forte e continuou batendo
Pela vida afora, ao lado da aparição daquela noite
Que continua junto a mim, linda, amada e singela
Só que não mais de véu, nem de veste amarela
(Ela, só ela, e nenhuma mais que ela)
Deslumbrando meus olhos, fazendo meu coração bater forte
Como naquela noite, no cenário coalhado de velas.
*
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Página publicada em fevereiro de 2025.
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